quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Cuba tem 0% de desnutrição infantil

Unicef confirma: Cuba tem 0% de desnutrição infantil

A existência de cerca de 146 milhões de crianças menores de cinco anos abaixo do peso ideal no mundo em desenvolvimento contrasta com a realidade das crianças cubanas que estão livres desta enfermidade social. Essas cifras apareceram em um recente relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), intitulado “Progresso para a Infância, um balanço sobre a nutrição”. Segundo o documento, os índices de crianças abaixo do peso são de 28% na África Subsaariana, 17% no Oriente Médio e África do Norte, 15% na Ásia Oriental e Pacífico, e 7% na América Latina e Caribe. Depois vem a Europa Central e do Leste, com 5%, e outros países em desenvolvimento, com 27%.

Cuba é o único país da América Latina e Caribe que eliminou a desnutrição infantil severa, graças aos esforços do governo para melhorar a alimentação da população, especialmente dos grupos mais vulneráveis. As duras realidades do mundo mostram que 852 milhões de pessoas padecem de fome e que 53 milhões delas vivem na América Latina. Só no México há 5,2 milhões de pessoas desnutridas. No Haiti, são 3,8 milhões, enquanto que, em todo o planeta, mais de cinco milhões de crianças morrem de fome todos os anos.

Segundo estimativas da ONU, não seria muito custoso garantir saúde e nutrição básica para todos os habitantes dos países em desenvolvimento. Para alcançar essa meta, bastariam 13 bilhões de dólares adicionais ao que se destina atualmente, uma cifra que nunca foi atingida e que é exígua se comparada com os bilhões de dólares destinados anualmente à publicidade comercial, os 400 bilhões gastos em medicamentos tranqüilizantes ou mesmo os 8 bilhões de dólares que são gastos em cosméticos nos Estados Unidos.

(Clique aqui para ler mais)

Copiei do excelente blog RS Urgente Visite.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Santa das causas virtuais!


























Quem nunca ganhou uma "Oração à Santo Expedito" ou outro qualquer, sem ter pedido? Essa semana encontrei um "santinho", ou melhor, santinha, diferente. Resolvi escanear e postar aquí para compartilhar com os visitantes do blog. Segue abaixo a oração:

"SANTA DAS CAUSAS VIRTUAIS
Gloriosa Santa Millagrosa ilumina com sua Vella meus caminhos virtuais, minha memória e meus arquivos. Leva meus e-mails. Gloriosa mártir dos ataques de hackers, das interrupções de downloads, dos bugs e dos crashs. Me protege dos vírus. Gloriosa mártir! Portadora da web, da internet e dos sites, intercedei por nós. Livrai-nos dos flagelos de filtros anti-spam, de senhas incorretas e da quebra de disco rígido. Gloriosa mártir! Nas viagens virtuais de terra, subterrâneo, mar e ar, livrai-nos da perdição e corrupção dos arquivos. Leve-nos ao Google, ao Second Life, ao Facebook, ao Myspace; ao Youtube ... até o porto seguro da felicidade eterna. Imploramos por updates nos nossos computadores.
Salve navegantes!
Amém"
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terça-feira, 10 de novembro de 2009

O Che

Che Guevara
Ernesto Guevara de la Serna, conhecido por Che Guevara ou El Che (Rosário, Argentina, em 14 de Junho de 1928 - La Higuera, Bolivia, 9 de Outubro de 1967), guerrilheiro revolucionário e homem político.





"Nasci na Argentina; não é um segredo para ninguém. Sou cubano e também sou argentino e, se não se ofendem as ilustríssimas senhorias da América Latina, me sinto tão patriota da América Latina, de qualquer país da América Latina, que no momento em que fosse necessário, estaria disposto a entregar a minha vida pela liberação de qualquer um dos países da América Latina, sem pedir nada para ninguém, sem exigir nada, sem explorar ninguém."











Outro dia, uma aluna do 1º ano trouxe para aula algumas revistas de história, todas com capa vinculada à Cuba, à Revolução e ao Che. E eu que pensava que minha geração havia sido a última a cultuar esses verdadeiros símbolos da luta contra a opressão!

Deixando de lado essas observações, me pergunto: Como afinal apresentar essa lendária figura a quem jamais ouviu falar, ou pouco sabe sobre quem foi e o que representa Che Guevara? Existem muitas formas, dependendo do objetivo e da ideologia de quem cumpre a tarefa.

Assim, pesquisando na internet, encontramos de tudo: Páginas de partidos políticos defendendo ou desdenhando, jornalistas e historiadores que quando bem remunerados, reproduzem a fala de seus patrões contra Cuba e o socialismo. Não é preciso disfarçar a ideologia quando se fala de Cuba. Ou se crê em Deus, ou no diabo. O caso é que o diabo de uns, é o deus de outro!

Ernesto Guevara de La Serna nasceu na cidade argentina de Rosário, no dia 14 de junho de 1928. Sua família era rica, porém de idéias socialistas, tanto é que na biblioteca de sua casa havia obras de Marx, Engels e Lenin, com os quais se familiarizou ainda na adolescência. .Além de médico, foi guerrilheiro revolucionário e homem político.

Durante o ano de 1952, conforme retratado no filme "Diários de Motocicleta'"de Walter Salles, Che realizou sua primeira jornada pela América Latina, uma viagem de mais de 10 mil Km! No ano seguinte, realiza nova viagem pelos demais países, e ao tomar conhecimento da penúria em que se encontravam as populações pobres, subjugadas pelos capitalistas estadunidenses em conluio com as elites tropicais, Che dá mostras de seu profundo humanismo, ao passo que vai se agigantando seu modo de pensar revolucionário e sua postura antiimperialismo.
Em 1954, convencido de que somente a Revolução poderia mudar o rumo do continente, Che se une ao movimento de revolucionários cubanos apoiadores de Fidel Castro, partindo do México para tomar Cuba, sendo vitoriosos em 1958. A partir de então, Che Guevara torna-se a mão direita de Castro no governo, onde desenpenha diversas funções até 1966, quando parte para uma missão na Bolívia. Che foi assassinado pelo exército boliviano em 1967, passando da vida ao mito, da luta pela justiça social e pelo combate ao imperialismo ianque.

Hoje, quando se vive uma crise do capitalismo, que demonstra ser incapaz de evitar o aumento da desigualdade, da miséria, das epidemias em nível global, assim como causador do esgotamento dos recursos naturais do planeta e da consequente aniquilação da vida humana na Terra, é o momento de rever alguns ideais tão esquecidos, como os defendidos por Che e por tantos outros.

Agradecimentos a Cassiane, da 115 t, pela Caros Amigos de 22/10/2004, de onde retirei várias imagens.

Ouça aqui Chico Buarque e Luis Eduardo Aute cantando a linda
"Hasta siempre comandante Che Guevara"

- - Hasta siempre Comandante - Èñïàíñêèé
Found at skreemr.com


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O que é o Blog?


Criado pelo professor Daniel, (Orkut) (whohub) "Clio em Esteio!!!" foi pensado como um espaço para discussão e para o oferecimento de textos que complementam as aulas de história, voltado aos alunos do ensino médio.

Clio é a musa da história e da criatividade, aquela que divulga e celebra as realizações. Preside a eloqüência, sendo a fiadora das relações políticas entre homens e nações.
É representada como uma jovem coroada de louros, trazendo na mão direita uma trombeta e, na esquerda, um livro intitulado "Thucydide" (ver Tucídides). Outras representações apresentam-na segurando um rolo de pergaminho e uma pena, atributos que, às vezes, também acompanham Calíope.
Clio é considerada a inventora da guitarra. Em algumas de suas estátuas traz esse instrumento em uma das mãos e, na outra, um plectro (palheta). Um dos nove livros de Heródoto leva o nome de Clio em homenagem à deusa. (wikipédia)

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A Violência no Brasil

O Brasil é considerado um dos países mais violentos do mundo. O índice de assaltos, seqüestros, extermínios, violência doméstica e contra a mulher é muito alto e contribui para tal consideração. Suas causas são sempre as mesmas: miséria, pobreza, má distribuição de renda, desemprego e desejo de vingança.

A repressão usada pela polícia para combater a violência gera conflitos e insegurança na população que nutrida pela corrupção das autoridades não sabe em quem confiar e decide se defender a próprio punho, perdendo seu referencial de segurança e sua expectativa de vida.

O governo, por sua vez, concentra o poder nas mãos de poucos, deixando de lado as instituições que representam o povo. A estrutura governamental torna a violência necessária, em alguns aspectos, para a manutenção da desigualdade social. Não se sabe ao certo onde a violência se concentra, pois se são presos sofrem torturas, maus tratos, descasos, perseguições e opressões fazendo que tenham dentro de si um desejo maior e exagerado de vingança.

Se a violência se concentra fora dos presídios, é necessário que haja um planejamento de forma que se utilize uma equipe específica que não é regida pela força, autoridade exagerada e violenta. Medidas precisam ser tomadas para diminuir tais fatos, mas é preciso que se atente para a estrutura que vem sendo montada para decidir o futuro das cidades brasileiras.

Não é necessário um cenário de guerra com armas pesadas no centro das cidades, mas de pessoal capacitado para combater a violência e os seus causadores. Um importante passo seria cortar a liberdade excessiva que hoje rege o país, aplicar punições mais severas aos que infringirem as regras e diminuir a exploração econômica.

Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola

O Populismo

Vargas, Perón e Rujas: exemplos dos governos populistas estabelecidos no continente americano.

O populismo foi um tipo de situação política experimentada na América Latina entre as décadas de 1930 e 1960, que teve como grande contexto propulsor a crise de 1929. Nessa época, várias das nações latinas – vistas como portadoras de uma economia periférica – viveram uma fase de desenvolvimento econômico seguido pelo crescimento dos centros urbanos e a rearticulação das forças sociais e políticas. Foi em meio a essas transformações diversas que a prática populista ganhou terreno.

A política populista é marcada pela ascensão de líderes carismáticos que buscam sustentar sua atuação no interior do Estado através do amplo apoio das maiorias. Muitas vezes, abandona o uso de intermediários ideológicos ou partidários para buscar na “defesa dos interesses nacionais” uma alternativa às tendências políticas de sua época, sejam elas tradicionalistas, oligárquicas, liberais ou socialistas. De diferentes formas, propaga a crença em um líder acima de qualquer outro ideal.

No campo de suas ações práticas, a tendência populista prioriza o atendimento das demandas das classes menos favorecidas, colocando tal opção como uma necessidade urgente frente aos “inimigos da nação”. De fato, o populismo permitiu a participação política de grupos sociais que historicamente foram completamente marginalizados das arenas políticas latino-americanas. Contudo, esse tipo de ação das camadas populares junto ao Estado não pode ser confundida com o exercício da democracia plena.

Uma das contradições mais marcantes do populismo consiste em pregar a aproximação ao povo, mas, ao mesmo tempo, estabelecer mecanismo de controle que permitam o aparecimento de tendências políticas contrárias ao poder vigente. De tal maneira, os governos populistas também são marcados pela desarticulação das oposições políticas e a troca dos “favores ao povo” pelo apoio incondicional ao grande líder responsável pela condução do país.

Além do autoritarismo e do assistencialismo, os governos populistas também tem grande preocupação com o uso dos meios de comunicação como instrumento de divulgação das ações do governo. Por meio da instalação ou do controle desses meios, o populismo utiliza de uma propaganda oficial massiva que procura se disseminar entre os mais distintos grupos sociais através do uso irrestrito das rádios, jornais, revistas e emissoras de televisão.

A ascensão dos regimes populistas sempre foi vista com certa desconfiança por determinados grupos políticos internos ou estrangeiros. A capacidade de mobilização das massas estabelecidas por tais governos, o apelo aos interesses nacionais e a falta de uma perspectiva política clara poderia colocar em risco os interesses defendidos pelas elites que controlavam a propriedade das terras ou das forças produtivas do setor industrial.

Dessa forma, podemos compreender que o populismo entrará em crise no momento em que não consegue mais negociar os interesses – muitas vezes antagônicos – das elites econômicas e das classes trabalhadoras. Quando as tensões políticas e sociais chegaram a tal ponto, podemos ver que grupos nacionais conservadores buscaram apoio político internacional, principalmente dos Estados Unidos, para varrer o populismo por meio da instalação de ditaduras que surgiram entre as décadas de 1950 e 1970.

Na América Latina, os exemplos de experiência populistas podem ser compreendidos na ascensão dos governos de Juan Domingo Perón (1946 – 1955/1973 – 1974), na Argentina; Lázaro Cárdenas (1934 – 1940), no México; Gustavo Rojas Pinilla (1953 – 1957), na Colômbia; e Getúlio Vargas (1930 – 1945/ 1951 – 1954), no Brasil. Apesar de se reportar a uma prática do passado, ainda hoje, podemos notar a presença de algumas práticas populistas em governos estabelecidos na América Latina.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

sábado, 24 de outubro de 2009

Unisinos Experience em Esteio



Neste segunda-feira 26 de outubro tem UNISINOS EXPERIENCE no colégio Loureiro da Silva, em Esteio! A partir das 10h vai acontecer um debate sobre diferenças culturais e globalização com a participação de professores, convidados especiais e alunos da escola.
Contaremos com a participação da aluna Isadora, da 302, a Repórter Unisinos do Loureiro da Silva!
No final, prá encerrar, tem pocket-show da banda gaúcha Bide ou Balde!!!

Mais informações, no blog Experience, e também durante a programação da rádio Ipanema.

Até lá, pessoal!

domingo, 4 de outubro de 2009

Marcha Mundial Pela Paz e Não-Violência


A Marcha


A Marcha Mundial começou na Nova Zelândia, no dia 2 de outubro de 2009, aniversário do nascimento de Gandhi e declarado pelas Nações Unidas como “Dia Internacional da Não-Violência”. Terminará naCordilheira dos Andes, em Punta de Vacas, aos pés do Monte Aconcágua em 2 de janeiro de 2010. Durante estes 90 dias, passará por mais de 90 países e 100 cidades, nos cinco continentes. Cobrirá uma distância de 160.000 km por terra.
Alguns trechos serão percorridos por mar e por ar. Passará por todos os climas e estações, desde o verão tórrido de zonas tropicais e do deserto, até o inverno siberiano. As etapas mais longas serão a americana e a asiática, ambas de quase um mês. Uma equipe base permanente de cem pessoas de diversas nacionalidades fará o percurso completo.

Por quê?

Porque a fome no mundo pode ser resolvida com 10% do que se gasta em armamento. Podemos imaginar como seria, se 30 ou 50% fossem destinados para melhorar a vida das pessoas, em vez de serem aplicados em destruição?


Porque eliminar as guerras e a violência significa sair definitivamente da pré-história humana e dar um passo gigante no caminho evolutivo de nossa espécie.
Porque nos acompanha nessa inspiração a força das vozes de tantas gerações anteriores que sofreram as conseqüências das guerras e cujo eco continua se escutando hoje em todos os lugares onde continuam deixando seu fúnebre rastro de mortos, desaparecidos, inválidos, refugiados e deslocados.

Porque um “mundo sem guerras” é uma proposta que abre o futuro e deseja se concretizar em cada canto do planeta, onde o diálogo vá substituindo a violência.

É chegado o momento de fazer ouvir a voz dos sem-voz! Milhões de seres humanos pedem por necessidade que se acabe com as guerras e a violência.

Podemos conseguir isso, unindo todas as forças do pacifismo e da não-violência ativa do mundo.

Apoie a Marcha você também:


Visite o site e descubra como apoiar essa excelente iniciativa!!!


sábado, 3 de outubro de 2009

Revolução Industrial























A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.

Ao longo do processo (que de acordo com alguns autores se registra até aos nossos dias), a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.

Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente.

Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo.


Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.

Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Revolução Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).

Texto muito bom copiado parcialmente do blog do Prof. Leonardo Castro

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domingo, 27 de setembro de 2009

República Velha: As oligarquias no poder

Durante o Império, o governo central impunha seu poder às províncias, nomeando quem iria governá-las. Com o estabelecimento da República a situação mudou: as famílias poderosas de cada estado -as oligarquias locais- subiram ao poder e lá se mantiveram por meio de um esquema político-eleitoral fraudulento. Esses chefes locais, em geral grandes fazendeiros, muitas vezes tinham o título de coronéis da Guarda Nacional, (coronelismo).



Os coronéis determinavam o voto de seus agregados e favorecidos políticos (troca de favores), exercendo influência na região em que atuava através do "voto de cabresto". Para arrancar o voto do eleitor, o coronel usava duas formas:

-Violência pura e simples: caso o eleitor o traísse, votando em outro candidato, podia perder seu emprego ou mesmo ser morto pelos capangas;

-Troca de favores: Como a maioria da população era muito pobre, dependia do coronel para tudo, desde dinheiro emprestado, remédio, segurança, vaga no hospital, emprego... assim o coronel fazia esses "favores" a seus dependentes e , em troca, exigia que votassem em seus candidatos. Essa prática, chamada de clientelismo, é característica na política brasileira até os dias de hoje!

Eram comuns, ainda: manipulação dos resultados das eleições, roubo de urnas, e até inclusão dos votos de pessoas mortas ou ausentes.

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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

domingo, 13 de setembro de 2009

A traição aos lanceiros negros

Nos momentos finais da revolução Farroupilha ocorreu o "Massacre de Porongos", em 1844, na zona rural de Pinheiro Machado, onde os "lanceiros negros" foram mortos pelas tropas imperiais.

Mais uma vez se aproxima a data de 20 de setembro, comemorada no Rio Grande do Sul e pelo mundo afora como uma referência (e certa deferência) aos heróicos atos do exército farroupilha. Bem menos lembrada, mas nem por isso menos heróica, foi a participação de negros neste exército, organizado pela elite gaúcha, os ricos fazendeiros escravocratas do Rio Grande do Sul.

Os lanceiros negros formavam uma tropa especial do exército farroupilha que foi decisiva em muitas batalhas travadas durantes os dez anos de guerra. Porém, segundo André Melo, especialista em História Contemporânea pela Fapa, "Engana-se quem pensa que realmente existiu uma democracia racial entre os farrapos. Os soldados até poderiam ser negros, mas os oficiais eram todos brancos."

Por trás da participação dos negros havia a esperança da liberdade, a alforria, após a guerra. A participação dos negros terminou de forma trágica em 14 de novembro de 1844: a traição de Porongos, com o massacre dos lanceiros negros. Desarmados um dia antes por ordem de David Canabarro, os negros foram alvo fácil para as tropas do Império sob o comando de Francisco de Abreu, o Moringue.

O triste acontecido foi durante muitos anos ocultado da nossa história. Até hoje, grupos ligados ao tradicionalismo negam o episódio, e acusam os historiadores de renegar o heróico passado farrapo. Porém cabe a cada um de nós, estudantes e pesquisadores, fazer lembrar o massacre e desta forma homenagear esses heróis anônimos da luta pelo fim da escravidão.

A traição de Porongos e o massacre dos lanceiros negros é num dos mais lamentáveis episódios da história da humanidade.
É uma façanha que não orgulha, nem serve de modelo para nenhuma terra.

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domingo, 6 de setembro de 2009

Jogo sobre a Revolução Francesa


O Tríade é um jogo sobre a Revolução Francesa. Misturando os gêneros RPG e Ação em Terceira Pessoa, a produção do jogo foi coordenada pela professora Lynn Alves e financiada pela FINEP.




Para baixar o Tríade e também outros jogos pedagógicos desenvolvidos pela equipe visite este site

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O setembro negro de 1939: as origens da 2ª Guerra Mundial

(Texto de Voltaire Schilling*, publicado no site Terra)


Pôster do exército alemão promove o ideal de Hitler: "enquanto nós lutamos você também deve trabalhar pela vitória"


Na madrugada do dia 1º de setembro de 1939, um milhão e meio de soldados alemães, fortemente apoiados pela aviação e por divisões mecanizadas, adentraram pelas fronteiras da Polônia e, em pouco tempo, colocaram as forças armadas daquele pequeno país europeu fora de combate.

Deram início, com aquela invasão, à mais pavorosa das guerras até então vistas pela humanidade. Uma tragédia que se estendeu por seis anos até a capitulação final do Terceiro Reich e de seus aliados entre maio e agosto de 1945.

A Grande Catástrofe
A Segunda Guerra mundial foi a maior catástrofe provocada pelo homem em toda a sua longa história. Envolveu 72 nações e foi travada em todos os continentes direta ou indiretamente. O número de mortos é de cerca de 70 milhões, havendo ainda uns 28 milhões de mutilados.

É difícil calcular quantos outros milhões saíram do conflito vivos, mas completamente inutilizados devido aos traumatismos psíquicos a que foram submetidos - bombardeios aéreos, torturas, fome e medo permanente. Outra de suas características, talvez a mais devastadora, foi a supressão da diferença - até então existente e respeitada - entre aqueles que combateram no front de guerra e a população civil na retaguarda.

Ela não isentou ninguém, foi brutal com todos. Como disse Joseph Goebbels, no seu famoso discurso pronunciado no Sport Palace de Berlim em 18 de fevereiro de 1943, o conflito transformou-se numa "totaler krige", ou "guerra total", visto que, conforme o choque foi se prolongando, nenhum dos envolvidos selecionou seus objetivos militares excluindo os civis.

Atacar a retaguarda do inimigo, suas cidades, suas indústrias, suas estradas de ferro e de rodagem, seus hospitais e casas de repouso, suas usinas e reservatórios de água, matar suas mulheres, crianças e velhos passou a fazer parte daquilo que os estrategistas eufemisticamente classificavam como "guerra psicológica" ou "guerra de desgaste".

Naturalmente que a evolução da aviação e das armas autopropulsoras permitiu que a antiga separação entre linha de frente e retaguarda se visse na prática abolida.

Custo e mobilização
Se a Primeira Guerra Mundial causou um custo de US$ 208 bilhões, a de 1939-1945 atingiu a impressionante cifra de US$ 1,5 trilhão de dólares, quantia que, se investida no combate à miséria humana, teria sumido da face da terra. Aproximadamente 110 milhões de homens e mulheres foram mobilizados, dos quais apenas 30 % não sofreram morte ou ferimento.

Como em nenhuma outra, o engenho humano foi mobilizado integralmente para criar instrumentos cada vez mais mortíferos, sendo empregada a bomba de fósforo, o napalm e, finalmente, a bomba atômica (lançada sobre as cidades nipônicas de Hiroshima e Nagasaki). Como nunca em qualquer outro conflito generalizado, estabeleceu-se uma política de genocídio em massa construindo-se campos especiais para tal fim.

Como bem disse o historiador R.A.C. Parker: "o conceito que a humanidade tinha de si nunca voltará a ser o mesmo".

O cenário que levou à catástrofe
Quase todos os historiadores concordam que a causa diplomática mais profunda da Segunda Guerra Mundial tem sua origem nos Tratados de Paris, assinados entre as potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial (EUA, Inglaterra e França) e as vencidas (Alemanha e Áustria) em Versalhes.

A Alemanha se viu despojada da Alsácia-Lorena (que havia conquistado na guerra franco-prussiana de 1870), como teve de ceder à Polônia uma faixa de território que lhe dava acesso ao Mar Báltico. A cidade alemã de Danzig passaria ao controle da Liga das Nações e o território do Sarre, rico em carvão foi cedido por um período de 15 anos à França.

Também foi vedado à Alemanha possuir um exercito superior a 100 mil homens; exigindo-se a desmilitarização da Renânia, região fronteiriça com a França, assim como o desmantelamento das fortificações situadas a 50 km do rio Reno. A outrora grande potência da Europa viu-se compelida a entregar todos os navios mercantes cujo peso ultrapassasse a 1,6 tonelada, assim como ceder gado, carvão, locomotivas, vagões cabos submarinos.

Sua dívida sonante para com os aliados foi fixada na Conferencia de Bolonha, em 21 de junho de 1920, em 269 bilhões de marcos-ouro a serem pagos em 42 parcelas anuais.

Não poderia, por igual, desenvolver pesquisas bélicas, possuir submarinos ou realizar projetos militares. Enquanto isto, o velho Império Austro-Hungaro foi desmembrado pelo tratado de Paz de St. Germain-em-Laye, tendo que entregar o Tirol do Sul para a Itália e reconhecer a independência da Hungria, Checoslováquia, Polônia e Iugoslávia, além de lhe ser vedado a união com a Alemanha. A república austríaca, proclamada em 1918, viu-se proibida de possuir um exercito superior a 30 mil homens.

Estas sanções aplicadas pelos vencedores tornaram-se fonte de amargos rancores que facilmente foram explorados pela extrema direita nacionalista, os nazistas e capacetes-de-aço, que começaram a proliferar na Alemanha em 1919.

O grande erro do Tratado de Versalhes foi ter ferido profundamente o sentimento nacional dos alemães, e, por outro lado, não lhes ter suprimido o potencial industrial. Com 65 milhões de habitantes, e tendo um enorme parque fabril à disposição, era inevitável que a Alemanha, mais cedo ou mais tarde, voltasse a querer ocupar o seu lugar no rol das potencias européias.

Os diplomatas de 1919 se esqueceram da lição do Congresso de Viena, realizado em 1815, quando os vencedores de Napoleão procuravam não humilhar a França, a nação mais povoada da Europa Ocidental naquela época, para que um espírito de vingança não criasse raízes no coração dos seus cidadãos de então.

Esta contradição entre potencial demográfico e industrial, e o não-reconhecimento diplomático de um estatuto privilegiado para a Alemanha, terminou por fazer com que a ascensão de Hitler fosse possível.

O resultado direto das perdas territoriais impostas pelo Tratado de Versalhes fez com que a Alemanha perdesse 14,6% de suas terras aráveis, 74,5% de suas reservas de ferro, 68,1% do seu zinco e 26% dos seus recursos carboníferos.

Perdas territoriais da Alemanha em 1919:
Eupen-Malmedy - entregue à Bélgica
Renânia - desmilitarizada
Bacia carbonífera do Sarre - entregue à França
Alsácia e Lorena - devolvida à França
Schleswig - entregue à Dinamarca
Danzig - controlada por Polônia e Liga das Nações
Prússia - entregue à Polônia
Memel - controlada pela Liga das Nações
Silésia Superior - explorada pela Polônia

Um cordão de ferro ao redor da Alemanha
Os aliados ocidentais, principalmente a França, ao estimularem o surgimento de novos Estados nacionais na Europa Centro-Oriental, visavam substituir a Rússia - então em plena guerra civil - como um fator de dissuasão para qualquer tentativa alemã de agressão.

A Checoslováquia e a Polônia assinaram tratados de defesa mútua com a França e com a Inglaterra. Esperava-se que estes dois países obrigassem os alemães a lutar em duas frentes - como ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial - caso tentassem repetir o erro de 1914.

Tinham em mente a imagem de um cordão de ferro passado ao redor das fronteiras alemãs. A França, por sua vez, numa falsa avaliação da guerra de trincheiras, iniciou a construção da Linha Maginot, um complexo sistema defensivo que partia da fronteira suíça até a Bélgica.

Desta forma, esperava evitar um ataque de supresa por parte de seu poderoso vizinho. No entanto, os efeitos morais e psicológicos desta atitude defensiva tiraram do exército francês qualquer alternativa ofensiva, limitando-se a ter que agir caso os alemães o fizessem primeiro.

A Inglaterra, no período entre-guerras, tornou-se cada vez mais apaziguadora, segura de sua situação estratégica e de possuir a mais poderosa frota naval do mundo, dando-lhe a proteção suficiente caso houvesse um novo conflito.

Os EUA - governados por uma série de presidentes republicanos - voltaram, nos anos 20, a adotar a política do isolacionismo, não querendo envolver-se nas querelas dos países europeus. Estas ambigüidades e contradições dos vencedores de 1918 foram habilmente exploradas por Hitler na década dos anos 30.

Causas econômicas
A crise econômica que se abateu sobre o sistema capitalista mundial, a partir de outubro de 1929, foi o fator mais poderoso para que um novo rearranjo do poder em escala mundial fosse ambicionado. A depressão econômica da década de trinta levou os paises capitalistas a tomar medidas protecionistas, visando a salvar os mercados internos das importações estrangeiras, ocorrendo uma verdadeira guerra tarifária.

A produção mundial reduziu-se em 40%, sendo que a diminuição do ferro atingiu a 60%, a do aço 58%, a do petróleo 13% e a do carvão 29%. O desemprego atingiu, com força, os principais países industrializados: 11 milhões perderam o trabalho nos EUA, 6 milhões na Alemanha, 2,5 milhões na Inglaterra, e um número um pouco superior na França. Não está longe da verdade o fato de ter provocado a aflição e o desemprego em mais de 70 milhões de pessoas, contando-se os seus dependentes.

Como a economia já estava suficientemente internacionalizada - com exceção da URSS, que se lançava nos chamados planos qüinqüenais - todos os continentes foram atingidos, aumentando ainda mais a miséria e o desemprego ao redor do mundo. A América Latina, por exemplo, teve que reduzir em 40% suas importações e sofreu uma queda de 17% em suas exportações.

É nesse contexto caótico que a Alemanha, no ocidente, e o Japão, no oriente, dominadas pela retórica hiper-nacionalista, tentaram explorar o debilitamento de seus rivais, todos grandes impérios coloniais. Uma nova luta por mercados e novas fontes de matérias-primas levaria o mundo à Segunda Guerra Mundial.

Causas políticas
A conjuntura externa caótica, e a situação interna de desespero, conduzem Hitler ao poder na Alemanha em janeiro de 1933. Atuando implacavelmente, em menos de um ano sufocou todos os movimentos oposicionistas (sociais-democratas, comunistas e liberais), dando inicio à Revolução Nacional-Socialista, que tinha como objetivo fazer a Alemanha retornar ao grau de potência europeia.

Naturalmente que para tal era necessário romper com o tratado de Versalhes, pois este impedia a conquista do "espaço vital" como o rearmamento. Atenuava-se o desemprego e atendiam-se necessidades da poderosa burguesia financeira e industrial da Alemanha.

Para evitar a má vontade das potências ocidentais, Hitler colocou-se como campeão do anticomunismo em nível mundial, assinou com o Japão, em novembro de 1936, e com a Itália, em janeiro de 1937, o Pacto Anti-Comintern, cujo objetivo era ampliar o isolamento da URSS e, quando for possível, invadi-la.

O Japão, que igualmente passou por convulsões internas graves, deu inicio, em 1931, a uma política externa agressiva, explorando o enfraquecimento dos Impérios Coloniais europeus que se mostram impotentes para superar a crise econômica.

Em 1937, após ter ocupado a rica região da Manchúria, invade o resto do território chinês, começando deste modo o longo conflito na Ásia. Seu expansionismo vai terminar por chocar-se com os interesses americanos nas Filipinas, e levar à guerra contra os EUA.

A Polônia destruída
Às 4h40 da madrugada do dia 1º de setembro, uma colossal força de guerra alemã, partindo de três pontos da fronteira polonesa, rumou rapidamente para a região central do país.

Ela obedecia ao comunicado expresso por Hitler um dia antes que afirmava: "por ordem do Führer e do Supremo Comando da Wehrmacht, as forças armadas alemãs assumiram a defesa ativa do Reich. Dando cumprimento à sua missão de resistir à ameaça polonesa, tropas do exército alemão lançaram, hoje cedo, um contra-ataque. Simultaneamente, esquadrões da força aérea voam em direção à Polônia com a ordem de esmagar objetivos militares."

O governo polonês, do presidente Ienacy Móscicki, havia disposto suas forças militares bem próximas à fronteira ocidental com a Alemanha, numa inútil tentativa de deter a máquina militar que se movia célere contra as defesas do seu país.

Divididos em dois grandes grupos - o do norte, com 630 mil soldados, e o do Sul, com 882 mil, ambos sob comando do general Walther Von Brauchitsch - e apoiados por 2,4 tanques distribuídos entre 14 divisões mecanizadas, e com o céu coberto pelos bombardeios convencionais e de pique que decolavam em massa dos aeroportos alemães, os exércitos invasores não tiveram muita dificuldade em cercar e aniquilar os poloneses dentro do espírito do que os altos-comandos germânicos chamavam de "vernichtungsgedanke", ou operação de aniquilação.

Quatro dias depois do ataque inicial, a guerra estava praticamente decidia. Os alemães registram 45 mil baixas (entre mortos, feridos e desaparecidos), menos de 3% das tropas usadas na Operação Fall Weiss.

No dia 27 de setembro, a capital Varsóvia negociou sua capitulação com o comando vencedor. As esperanças que os poloneses guardavam de receber algum tipo de apoio da Grã-Bretanha ou da França se esvaíram totalmente. Para cumulo da infelicidade deles, obediente à clausula secreta do Pacto Germano-Soviético de agosto de 1939, a URSS, vinda do Leste, também atacou a Polônia apenas 17 dias depois dela ter sido invadida pela Alemanha nazista.

Em menos de trinta dias, a república da Polônia deixara de existir, vítima da maior batalha de cerco e aniquilação até então conhecida na história moderna.

Por tudo isto, o mês de setembro de 1939 revelou-se uma data negra na história da humanidade, um momento infeliz que deu a largada para o destroçar de grande parte do patrimônio cultural e civilizatória das nações envolvidas pela guerra.

*Voltarie Schilling é historiador e escreve regularmente para o Terra na seção História do site de Educação.

Brasil Colônia: Consequências da mineração

A atividade mineradora no Brasil, como já dissemos, provocou uma alteração na estrutura colonial, ou seja, provocou mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais.

As mudanças econômicas

Para começar, a mineração mudou o eixo econômico da vida colonial -do litoral nordestino para a região Centro-Sul; incentivou a intensificação do comércio interno, uma vez que fazia-se necessário o abastecimento da região das minas - aumento da produção de alimentos e da criação de gado; surgimento de rotas coloniais garantindo a interligação da região das minas com outras regiões do Brasil.

Por estas rotas, as chamadas tropas de mulas, levavam e traziam mercadorias. Entre estas mercadorias, destaque para o negro africano, transportado da decadente lavoura açucareira para a região das minas.

Houve também um enorme estímulo a importação de artigos manufaturados, em decorrência do aumento populacional e da concentração de riquezas.

As mudanças sociais

Como dito acima, houve um enorme aumento populacional nas regiões das minas. Tal crescimento demográfico altera a composição e estrutura da sociedade. A sociedade passa a ter um caráter urbano e multiplica-se o número de comerciantes, intelectuais, pequenos proprietários, funcionários públicos, artesãos. A sociedade mineradora passa a apresentar uma certa flexibilidade e mobilidade - algo que não existia na sociedade açucareira. Inicia-se o processo de uma relativa distribuição de riquezas.

A sociedade torna-se mais politizada, graças a vinda de imigrantes e, com eles, a entrada das idéias iluministas- liberdade, igualdade e fraternidade.

As mudanças políticas

A Europa do século XVIII foi marcada pelo movimento filosófico denominado Iluminismo. As idéias iluministas chegavam ao Brasil pelos imigrantes sedentos pelo ouro ou trazidas pelos filhos dos grandes proprietários que foram estudar na Europa.

Alguns nomes merecem destaque, como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Inácio Alvarenga Peixoto, entre outros. Estes nomes estão relacionados ao primeiro movimento de caráter emancipacionista da história do Brasil: a Inconfidência Mineira.

As mudanças culturais

Toda esta dinâmica econômica, política e social favoreceu uma intensa atividade intelectual na região das minas. A intensa riqueza extraída das minas também incentiva a produção cultural, tais como a música (Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, padre José Maurício Nunes Garcia); a literatura (o Arcadismo); a arquitetura e a escultura. Nesta área destaque para Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho e para mestre Valentim.

AS CONTRADIÇÕES DA ECONOMIA MINERADORA

A descoberta do ouro, como dissemos, auxilia Portugal a solucionar alguns de seus problemas financeiros, principalmente seu saldo devedor para com a Inglaterra.

Em 1703 Portugal assinou com a Inglaterra um acordo denominado Tratado de Methuen. Através dele, Portugal conseguia benefícios alfandegários para a venda de vinhos na Inglaterra e ficavam obrigados a comprar manufaturados ingleses sem qualquer taxa aduaneira. Assim, o Tratado de Methuen vai inibir o desenvolvimento da manufaturas em Portugal e torná-lo dependente da Inglaterra.

Sendo assim, para pagar os produtos manufaturados que vinham da Inglaterra, Portugal vai utilizar o ouro encontrado no Brasil. O afluxo de ouro brasileiro para a Inglaterra contribui para o processo da Revolução Industrial, daí o ditado de que "a mineração serviu para fazer buracos no Brasil, construir igrejas em Portugal e enriquecer a Inglaterra".

Fonte: http://www.mundovestibular.com.br

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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Polonesa forçada a trabalhar para nazistas relembra invasão

Há 70 anos, às 4h45 do dia 1º de setembro de 1939, o encouraçado alemão Schleswig-Holstein, ancorado havia dias na costa da cidade polonesa de Gdansk, no Mar do Norte, abriu fogo contra uma fortificação de defesa posicionada na península de Westerplatte. O ataque foi seguido pelo avanço do exército nazista, que cruzou as fronteiras oeste e sul, enquanto a força aérea alemã, a Luftwaffe, já controlava os céus da Polônia, bombardeando as principais cidades. Eram os primeiros ataques da Segunda Guerra Mundial.


O encouraçado alemão Schleswig-Holstein abre fogo contra posições de defesa posicionadas na península de Westerplatte

Naquela noite, a polonesa Helena Malinowska, hoje com 82 anos, estava em casa, em Gdynia, cidade vizinha a Gdansk (Danzig, em alemão). À época, com 12 anos, não sabia bem o que estava acontecendo, mas lembra do medo que tomou conta de toda sua família. Do seu esconderijo de dentro do sofá, ouviu as primeiras explosões. Nas semanas seguintes, com o domínio das tropas de Hitler, a situação se deteriorou. Seguiram-se meses de fome e sofrimento. Privada da adolescência, Helena teve de trabalhar para os nazistas. A única preocupação era manter-se viva.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail com exclusividade ao Terra, Helena conta alguns detalhes da madrugada em que a Polônia foi invadida, e como o domínio nazista durante a Segunda Guerra transformou a rotina dela - e da maioria dos poloneses - em um horror.

Quando jovem, a senhora sentiu algo sobre o clima de guerra em toda a Europa? Seus pais disseram alguma coisa a esse respeito?
Tínhamos só o conhecimento básico de que algo estava errado e de que nossa vida mudaria de alguma forma. Éramos pequenas demais para saber detalhes. É claro que sabíamos algo sobre a Primeira Guerra Mundial, porque meu pai havia combatido no front.

Como era sua rotina antes da invasão?
Os tempos eram felizes antes da guerra, era possível comprar doces e pães nas lojas. Lembro que me divertia brincando com meus amigos na rua. A Polônia tinha conseguido se libertar depois de 123 anos de ocupação - foi em 1918. Assim, até a Segunda Guerra, era um bom lugar, tranquilo. Um lugar feliz.

Como foi a invasão para a senhora? Onde a senhora estava?
Estávamos em casa, porque meus pais haviam ouvido boatos de uma invasão, mas ninguém acreditava que fosse mesmo acontecer. A Primeira Guerra Mundial ainda estava, digamos, muito fresca na memória, e havia sido uma péssima experiência. Por isso meus pais não esperavam que algo parecido voltasse a acontecer em suas vidas. Mas estávamos mentalmente preparados.

Qual foi a sua primeira reação?
Medo. O que mais posso dizer? Um estrondo enorme, explosões. Westerplatte (palco das primeiras batalhas) não ficava assim tão perto de Gdynia, mas ainda assim era quase visível. Como crianças pequenas, tínhamos nosso esconderijo dentro do sofá. As coisas eram assim. Passamos dois dias em casa, sem sair.

A senhora ouviu tiros, explosões? Lembra de alguma coisa a respeito?
O tempo todo. Precisávamos tomar muito cuidado de dia, mas é claro que recebíamos algumas informações informais, de boca a boca, de que explosões aconteceriam em certos lugares, etc. Alguns dos boatos eram verdadeiros. Estávamos assustados, mas éramos cuidadosos, e tínhamos o toque de recolher, o que quer dizer que, à noite (o horário exato era explicado nos regulamentos), o povo polonês era instruído a se manter em casa até o amanhecer. Se não, você poderia ser morto a tiros sem aviso. Além disso, à noite, as janelas precisavam ser cobertas com uma cartolina preta especial e as pessoas eram forçadas a ficar em casa. Podia haver buscas em uma casa a qualquer momento. Tivemos três buscas inesperadas pelos nazistas.

A senhora viu algum combate? Viu os soldados nazistas entrando em sua cidade?
Sim, vi. Eu observava os soldados a cada dia, porque fui forçada a trabalhar para eles na cozinha do exército. Quando a guerra começou, o horário de escola se reduziu muito. Como eu era boa aluna, logo me tornei fluente em alemão e eles me tiraram da escola para trabalhar pesado. E os combates... Sim, (vi) muitas vezes. É difícil falar a respeito. Alguns de meus amigos foram mortos. Não quero tocar muito nesse assunto. Lamento.

Como as coisas mudaram depois de 1° de setembro de 1939? Quais eram as principais dificuldades?
Tudo mudou, não é fácil explicar em poucas palavras. Pode-se escrever um livro todo para explicar o que perdemos. Não tivemos infância depois daquilo. Como eu expliquei, os alemães queriam que as crianças polonesas fossem úteis. Assim, aquelas que podiam trabalhar, trabalhavam. Outras enfrentaram mais dificuldades. Eles nos batiam na escola se errássemos as respostas, se não acertássemos a resposta em alemão. Tínhamos tanto medo que aprendíamos rápido. Não tínhamos vida, não podíamos visitar amigos. Todo mundo estava concentrado em sobreviver, e, por causa do toque de recolher, as pessoas não saíam à noite. Os bares e lojas eram reservados aos alemães. Havia também alguns informantes, traidores, mas eles não tinham vida do lado polonês, ninguém falava com eles. Ocasionalmente eles sofriam represálias - uma morte por uma morte. A vida toda era uma dificuldade. Éramos pobres, estávamos deprimidos. Não tínhamos quase direito algum em nossa própria terra. Por três vezes escapamos quando outras pessoas foram levadas a campos de concentração. Por alguma coincidência inexplicável ou pela ação da providência.

A senhora continuou indo à escola, brincando, praticando esportes?
Escola, um pouco. Mas como eu disse não havia escola para nós, poloneses. E era proibido falar nossa língua nas ruas e lugares públicos.

A vida cotidiana foi se tornando mais difícil durante a guerra?
Sim, a cada dia. Depois de 1944, melhorou um pouco. Pois algumas "notícias" do Ocidente diziam que as coisas seriam mais difíceis para Hitler.

Havia comida suficiente?
Não, nós sonhávamos com comida, mas felizmente minha mãe tinha família fora da cidade e, por isso, no começo, acho que duas vezes, recebemos alguma carne da fazenda. Era proibido, poderíamos ter morrido por isso. Uma vez houve uma revista quando tínhamos carne em casa, e Deus sabe o que aconteceria. O chefe alemão viu e disse à minha mãe, que estava morta de medo : "com esse estoque você pode sobreviver à guerra". Mas quando seu colega ouviu alguma coisa e pediu explicações, o chefe, que tinha patente mais alta, disse: "não vi nada aqui, não precisamos continuar". Bons alemães. Não encontrei muitos deles, mas para dizer a verdade, nem todos eles concordavam com Hitler.

A senhora perdeu familiares no primeiro mês da guerra?
Sim.

Moreno Osório
Redação Terra

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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Série de reportagens relembra 70 anos do início da 2ª Guerra

O Terra, maior empresa de internet da América Latina, publica, a partir desta terça-feira, uma série de reportagens especiais sobre os 70 anos do início da Segunda Guerra Mundial. A data marca a invasão da Polônia pelas tropas nazistas de Adolf Hitler.


Soldados alemães quebram barreira fronteiriça com a localidade polonesa de Sopot, dando início à invasão


Nesta terça, a série é inaugurada com a entrevista exclusiva com Helena Malinowska, 82 anos. A idosa polonesa não só viveu bem os horrores da noite de 1º de setembro de 1939, como, meses depois, já vivendo sob ocupação nazista, foi obrigada a trabalhar para os alemães.

"Sim, vi (os combates). Eu observava os soldados a cada dia, porque fui forçada a trabalhar para eles na cozinha do exército", relembra Helena na entrevista desta terça.

Na quarta-feira, a série continua com entrevista com o historiador Voltaire Schilling. Ele conta como a máquina de guerra alemã mudou a forma de batalhar, e como essa estratégia garantiu a supremacia militar do regime de Hitler na primeira fase do conflito.

Na quinta-feira, dia 3 de setembro, para relembrar a data em que Reino Unido e França declararam guerra à Alemanha nazista, Voltaire Schilling assina um artigo exclusivo que redesenha toda a conjuntura geopolítica que levou à 2ª Guerra Mundial. Até hoje, foi o conflito que causou mais mortes: 70 milhões.

Na sexta-feira, a última reportagem da série mostra o trabalho de Eli Rosenbaum, que há trinta anos vem perseguindo criminosos de guerra nazistas. Atualmente, Rosenbaum é diretor do Serviço de Investigações Especiais do Departamento da Justiça dos EUA.

Além das reportagens, o especial é acompanhado ainda por um conjunto de elementos multimídia, como mapas animados detalhando a invasão nazista, linha do tempo, galerias de fotos, os discursos mais importantes, a repercussão do conflito na imprensa da época e o perfil dos principais personagens da guerra.

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Vamos acompanhar essa série de reportagens históricas!

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domingo, 30 de agosto de 2009

Brasil Colônia: A descoberta do ouro

A descoberta de ouro vai provocar uma profunda mudança na estrutura do Brasil colonial e auxilia Portugal a solucionar alguns de seus problemas financeiros.

A descoberta dos metais preciosos está relacionada com a expansão bandeirante entre os séculos XVII e XVIII. As primeiras descobertas datam do final do século XVII na região de Minas Gerais.

ADMINISTRAÇÃO DAS MINAS

Para administrar a região mineradora foi criada, em 1702, a Intendência das Minas, diretamente subordinada a Lisboa. Era responsável pela fiscalização e exploração das minas. Realizava a distribuição de datas -lotes a serem explorados, e pela cobrança do quinto ( 20% do ouro encontrado).


Apesar do controle metropolitano, a prática do contrabando era muito comum e, para coibi-lá, a Coroa criou no ano de 1720, as Casas de Fundição- transformavam o ouro bruto ( pó ou pepita ) em barras já quintadas, ou seja, extraído o quinto pertencente à Coroa.
A criação das Casas de Fundição gerou violentos protestos, culminando com a Revolta de Filipe dos Santos.

Quando ocorre o esgotamento da exploração aurífera, o governo português fixa uma nova forma de arrecadar o quinto: 100 arrobas anuais de ouro por município. Para garantir a arrecadação é instituída a derrama -a população completaria as 100 arrobas com seus bens pessoais. Este imposto trará um profundo sentimento de insatisfação para com a Metrópole.

FORMAS DE EXPLORAÇÃO DAS MINAS.

Havia dois tipos de exploração do ouro:
-as lavras: a grande empresa mineradora, com utilização de trabalho escravo, ferramentas e aparelhos;
-a faiscação: a pequena empresa, que explorava o trabalho livre ou escravos alforriados

OS DIAMANTES

As primeiras descobertas de diamantes no Brasil ocorreram em 1729, no Arraial do Tijuco, atual Diamantina. A dificuldade em se quintar o diamante levou a Metrópole a criar o Distrito Diamantino ­expulsão dos mineiros da região e a exploração passou a ser privilégio de algumas pessoas - os contratadores - que pagavam uma quantia fixa para extrair o diamante. Em 1771, o próprio governo português assumiu a exploração do diamante, estabelecendo a real extração.

Segue...(consequências da mineração)

Fonte: http://www.mundovestibular.com.br

Semana Farroupilha



Está próximo o dia 20 de setembro, data que marca o início da chamada revolução Farroupilha, e que é lembrada especialmente no Rio Grande do Sul, através de eventos culturais, desfiles e piquetes. É neste momento que mais aflora o gauchismo, tão cultivado nos CTG espalhados pelo RS, pelo Brasil e até mesmo em alguns países.

Este blog, que não expressa nenhum preconceito relativos as manifestações culturais de qualquer tipo, (e gosta de qualquer festa que tenha comida e bebida à vontade) não ficará de fora: Segue abaixo texto assinado pelo sr. Manoelito Carlos Savaris, Presidente do IGTF (Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore), com a proposta temática do governo do Estado para as comemorações deste ano, “OS FARROUPILHAS E SUAS FAÇANHAS”.

1. O PRIMEIRO ATO: INVASÃO DE PORTO ALEGRE

Depois de meses de discussões na Assembléia Provincial e no interior das lojas maçônicas os farroupilhas resolveram invadir Porto Alegre, na noite de 19 para 20 de setembro de 1835.

Jose Gomes Vasconcelos Jardim reuniu um grupo de farroupilhas em Pedras Brancas, cruzou o Lago Guaíba e se encontrou com Onofre Pires da Silva Canto na região sul da capital, que o esperava com outro grupo de farroupilhas.

Na madrugada do dia 20 de setembro os farroupilhas chegavam na Ponte da Azenha, se defrontaram com uma patrulha policial, derrotaram os caramurus e puseram o Presidente da Província Antonio Rodrigues Fernandes Braga, em fuga para a cidade de Rio Grande.

Foi escolhido como Presidente da Província Marciano Pereira Ribeiro e como comandante-das-armas o Coronel Bento Manoel Ribeiro

2. O GRITO DE LIBERDADE: PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA RIO-GRANDENSE

Quase um ano depois de iniciada a revolta dos farroupilhas, encontrava-se Antonio de Souza Netto nos Campos do Seival quando foi atacado por Silva Tavares que retornava de um auto-exílio no Uruguai. Depois da batalha, travada no dia 10 de setembro. Netto reuniu seus oficiais, nos Campos dos Menezes e, num ato de coragem e determinação, proclamou a República Rio-grandense. 11 de setembro de 1836 marca o nascimento de uma nova nação.

A Câmara de Vereadores de Jaguarão foi a primeira a apoiar o ato de independência.

Em seguida os farroupilhas definiram a primeira Capital, Piratini foi a vila escolhida, por se encontrar localizada num ponto estratégico.
Como símbolo da nova nação foi apresentada o Pavilhão Tricolor, que manteve as cores brasileiras, verde e amarelo, mas introduziu entre elas o vermelho representativo do espírito republicano e federalista.

Procedida a eleição para a presidência da República Rio-grandense, foi escolhido Presidente Bento Gonçalves da Silva e para Vice-presidentes Paulo Antonio da Fonseca, Coronel Jose Mariano de Matos, Coronel Domingos Jose de Almeida e Ignácio Jose d’Oliveira Gomes.

3. BENTO GONÇALVES FOGE DO FORTE DO MAR, ONDE SE ENCONTRAVA PRESO

Preso no combate da Ilha do Fanfa, em 02 de outubro de 1836, Bento Gonçalves e mais outros farroupilhas, entre eles Pedro Boticário, foram levados presos para a fortaleza de Lage no Rio de Janeiro.

Depois de uma frustrada tentativa de fuga, o líder farrapo foi transferido para O Forte do Mar, em salvador, Bahia, de onde fugiu, em setembro de 1837, com a inestimável ajuda da maçonaria.

4. OS FARROUPILHAS TOMAM RIO PARDO: SURGE O HINO FARROUPILHA

No ano de 1838 os farroupilhas estavam fortalecidos e reuniram suas melhores forcas, sob o comando de seus mais ilustres militares, atacaram o Município de Rio Pardo onde os imperiais mantinham forte contingente.

O ataque farroupilha foi fulminante resultando vitoriosos os farroupilhas naquela batalha que passou para a história com o nome de Batalha do Barro Vermelho.

Naquela batalha estavam presentes Bento Gonçalves, Teixeira Nunes, David Canabarro, João Antonio, Bento Manoel, Domingos Crescêncio, Antonio de Souza Neto.

Entre os imperiais presos estava a banda do 12° Batalhão de Caçadores. O maestro Joaquim Jose de Mendanha foi instado a compor uma canção para comemorar a vitória dos farrapos.

No dia 6 de maio a canção foi executada, pela vez primeira, diante do Estado Maior do Exercito Farroupilha. Assim nascia o Hino Farroupilha que mais tarde recebeu a letra de Francisco Pinto da Fontoura.

5. FORMA-SE A MARINHA FARROUPILHA: GARIBALDI FAZ A TRAVESSIA DOS LANCHÕES

A necessidade de ocupação da Laguna dos Patos e do suporte aos movimentes em terra, foram a motivação para a construção de barcos, no canal de São Gonçalo, para compor uma frágil, mas ativa Marinha Farroupilha. Giuseppe Garibaldi, um italiano de convicção republicana comandou pessoalmente a construção dos barcos, tendo ao seu lado o inglês John Griggs.

Quando os comandantes farroupilhas decidiram tomar a Vila de Laguna, em Santa Catarina com o intuito de proclamar a República Catarinense e ter uma saída para o mar, Garibaldi aceitou o desafio de colocar seus dois lanchões, Seival e Rio Pardo, no mar, para isso levou-os até a foz do rio Capivari e, por terra, numa verdadeira epopéia, transportou os barcos em duas carretas puxadas por 100 juntas de bois, recolocando os barcos na água, no rio Tramandaí e alcançando o mar no dia.

O naufrágio do Lanchão Rio Pardo, comandado por Garibaldi, na altura de torres, não impediu que o valente corsário chegasse, por terra e de a cavalo, em Laguna.

6. A REPÚBLICA CATARINENSE: ANITA SE UNE A GARIBALDI

A invasão de Laguna foi comandada pelo mais pertinaz comandante farroupilha, David Canabarro. Contando com tropas de Joaquim Teixeira Nunes, por terra, e com um lanchão chefiado por Johan Grigs, por mar, tomou a localidade no dia 29 de julho de 1839.

O ato seguinte foi a proclamação da Republica Rio Catarinense. Os imperiais e agiram e, numa operação por mar, recuperaram a cidade, fazendo com que os farroupilhas recuassem.

Em terras catarinenses foi que Giuseppe Garibaldi conhecia Ana Maria de Jesus Ribeiro, a Anita, que abandonou sua terra natal e se transformou na companheira do italiano. Anita Garibaldi lutou ao lado do marido, teve seu primeiro filho, Menotti, em terras gaúchas, na região de Mostardas. Acompanhou Garibaldi na campanha do Uruguai e com ele se tornou heroína na luta pela unificação da Itália.

7. A REPÚBLICA RIO-GRANDENSE SE ESTRUTURA COMO UMA NAÇÃO.

Depois de proclamada a República Rio-grandense, de escolhidos os seus dirigentes, havia a hercúlea tarefa de organizar a administração.

O primeiro presidente, provisório, pois Bento Gonçalves se encontrava preso no Rio de Janeiro, foi Jose Gomes Vasconcelos Jardim . O Ministro do Interior e da Fazenda, Domingos Jose de Almeida, foi o grande responsável pela administrativa da República.

O primeiro General Farrapo foi João Manoel de Lima e Silva, liberal e republicano convicto, deixou o Rio de Janeiro para se engajar na luta dos farroupilhas.

A imprensa oficial foi entregue ao italiano, amigo de Garibaldi, Luiggi Rossetti. O jornal “O Povo” se tornou o meio mais eficaz de comunicação da República.

8. A ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE E A TERCEIRA CAPITAL

Em 1840 os farroupilhas já dando mostras de enfraquecimento militar mas cada vez mais firmes na tentativa de implantar a República, transferiram a Capital para o Município de Alegrete.

No ano de 1842 reuniu-se a Assembléia Constituinte. Eleitos os 36 deputados, reuniam-se na capital farroupilha para discutir a Constituição. Entre os Deputados vamos encontrar os padres Francisco das Chagas Martins de Ávila e Sousa e Hildebrando de Freitas Pedroso, alem de vários oficiais e civis.

Longos foram os debates e notáveis os avanços ideológicos propostos pelos republicanos. Para a época eles elaboraram uma das constituições mais avançadas.

Não puderam concluir a tarefa, mercê das discordâncias internas, mas, mesmo assim deixaram para a história um documento primoroso.

9. A PAZ DE PONCHE VERDE

Depois de quase dez anos de luta, os farroupilhas acordaram com os imperiais os itens da pacificação.

Os artífices do acordo foram Jose Gomes de Vasconcelos Jardim, Bento Gonçalves, Antonio Vicente da Fontoura, Padre Francisco das Chagas, cabendo a David Canabarro, que comandava o Exército Farroupilha e a Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, Presidente da Província e Comandante do Exército Imperial, assinar o tratado.

Canabarro reuniu os comandantes, nos Campos de Ponche Verde, Município de Dom Pedrito, para decidir sobre a proposta de Caxias. A ata foi assinada no dia 28 de fevereiro de 1845.

Instalado na mesma região, o Duque da Caxias foi informado a respeito da decisão favorável dos farroupilhas e assinou a pacificação no dia 01 de março do mesmo ano.

Chega ao fim a mais longa e dura revolução já ocorrida em terras brasileiras. Os farroupilhas não tiveram êxito na implantação da República, mas plantaram as sementes que germinaram e se transformaram realidade anos mais tarde quando o Brasil deixou de ser um Império para ser uma República.

Nos anos seguintes à Revolução Farroupilha estavam os farrapos e os caramurus unidos no mesmo Exército Brasileiro lutando contra as ameaças dos paises vizinhos, primeiro a Argentina e depois o Paraguai.

Manoelito Carlos Savaris
Presidente do IGTF
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Observação aos meus alunos(as): Na escola teremos diversas atividades que marcarão a semana farroupilha de 2009, tendo seu desfecho no sábado dia 19, que será um dia letivo. Informe-se!

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sábado, 8 de agosto de 2009

Camuflagem na Segunda Guerra Mundial

Durante a Segunda Guerra, a equipe de engenheiros militares americanos precisou esconder a fábrica de aviões da Lockheed em Burbank, ocultando-a de um ataque aéreo japonês. Cobriram-na, então, com camuflagem, fazendo com que parecesse uma região rural com pequenas fazendas.


ANTES DA CAMUFLAGEM
































DEPOIS DA CAMUFLAGEM


















Recebido por email, da (futura) historiadora Aline Torres de Fraga.

sábado, 25 de julho de 2009

Grandes companhias farmacêuticas faturam bilhões com a gripe A


É o que informa o insuspeito Financial Times

Algumas das maiores companhias farmacêuticas do mundo estão auferindo bilhões de dólares em receita adicional, em meio à preocupação global sobre a expansão cada vez maior da gripe suína.
Analistas estimam alta significativa nas vendas da GlaxoSmithKline, da Roche e da Sanofi-Aventis, quando elas divulgarem nos próximos dias resultados do primeiro semestre engordados por encomendas governamentais de vacinas contra a gripe e medicamentos antivirais. A informação é do Financial Times.

As novas vendas - ao mesmo tempo em que a suíça Novartis e a americana Baxter, que também produzem vacinas, já divulgaram resultados expressivos - surgem no momento em que o mais recente cômputo aponta para um total de mais de 700 vítimas fatais do vírus da gripe A (H1N1) e para milhões de pessoas infectadas em todo o mundo.

A britânica GlaxoSmithKline (GSK) confirmou que até o momento já vendeu 150 milhões de doses de uma vacina pandêmica contra a gripe (o equivalente ao total anual de vendas de vacinas sazonais contra a doença), a países como o Reino Unido, os EUA, a França e a Bélgica, e anunciou que estava se preparando para expandir a produção.

A GSK também produz o Relenza, um medicamento antivírus que reduz a duração e atenua a severidade da infecção, e está se preparando para ampliar a produção, rumo a uma meta de 60 milhões de doses anuais. O governo do Reino Unido encomendou 10 milhões de doses do medicamento neste ano.

Um dos principais beneficiários do temor crescente de uma pandemia foi a suíça Roche, que vende o Tamiflu, o principal medicamento antiviral usado no combate à gripe, e registra alta considerável nos pedidos de governos e empresas privadas.

Uma pesquisa do banco de investimento americano JPMorgan Chase estimou, na semana passada, que governos de todo o mundo já teriam encomendado quase 600 milhões de doses de vacinas contra a pandemia e adjuvantes (produtos químicos que aumentam sua eficácia). Isso representa US$ 4,3 bilhões em vendas, e existe o potencial de vender mais 342 milhões de doses de vacina, ou US$ 2,6 bilhões, no futuro próximo.

O JP Morgan Chase previu que novos pedidos de antivirais podem elevar as vendas da Roche e da GlaxoSmithKline em mais US$ 1,8 bilhão nos países desenvolvidos e, em potencialmente, mais US$ 1,2 bilhão nas nações em desenvolvimento.

Mas também existem incertezas para os fabricantes de produtos farmacêuticos. Com a probabilidade de demanda superior à oferta e os lotes iniciais de produção sugerindo que o rendimento da vacina contra a pandemia é relativamente baixo, as companhias podem ter de enfrentar escolhas difíceis na alocação de produtos aos diferentes países que estão apresentando encomendas.

As companhias também estão sob pressão para fornecer mais medicamentos e vacinas gratuitamente, ou a preços extremamente baixos, para os países em desenvolvimento.

Postagem copiada integralmente do ótimo Blog DIÁRIO GAUCHE.

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O Governo brasileiro, em 2007, conseguiu quebrar a patente da vacina contra a gripe sazonal. Espero providência parecida em relação ao Tamiflu!


Simulado para o ENEM

Um dos melhores simulados online para a prova do ENEM é o disponível nas
páginas do site Terra.
Para conferir, clique na imagem acima.

sábado, 4 de julho de 2009

Atlântico Negro - Na rota dos orixás


Segue abaixo breve resenha colhida na internet sobre o documentário que está sendo visto pelos meus alunos da 1ª série do ensino médio:



ATLÂNTICO NEGRO - NA ROTA DOS ORIXÁS
País de Origem: Brasil
Ano: 1998
Duração: 75min
Diretor: Renato Barbieri.


Um relato realista e comovente das relações entre Brasil e África inspirou o videomaker Renato Barbieri e o historiador Victor Leonardi a criar uma série de quatro documentários chamada Atlântico Negro.

O primeiro filme da série, feito em vídeo, Na Rota dos Orixás, entrou em cartaz depois de ser elogiado no 31º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e de participar de eventos como o Dia Nacional da Consciência Negra.

Na Rota dos Orixás apresenta a grande influência africana na religiosidade brasileira. Na fita, Renato Barbieri mostra a origem das raízes da cultura jêje-nagô em terreiros de Salvador, que virou candomblé, e do Maranhão, onde a mesma influência gerou o Tambor de Minas.

Um dos momentos mais impressionantes deste documentário é o encontro de descendentes de escravos baianos que moram em Benin, um país africano desconhecido para a maioria do brasileiros, mantendo tradições do século passado.

Retirado parcialmente das páginas do Terra.

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Pessoalmente, gosto de destacar alguns elementos básicos que podem ser usados na análise do documentário, tarefa destinada aos alunos como "tema de casa", a ser entregue no DIA DA PROVA, na forma de uma redação com 15 à 25 linhas.
As observações abaixo são estritamente pessoais, portanto podem servir com sugestão (ou não), tu podes escrever tua redação utilizando o que melhor entenderes, desde que relacionado ao que foi apresentado na sala de vídeo e ao nosso conteúdo sobre o Brasil Colonial, trabalhado nas aulas.

1. A caracterização das religiões de matriz africana de forma didática, ou seja, oferecendo um olhar antropológico sobre religiões, o que nos permite entender alguns aspectos básicos da formação da sociedade brasileira sobre a qual existe forte preconceito.

2. Um ponto de vista diferenciado, -a partir de africanos, presente nos depoimentos colhidos em Benin sobre o translado e escravização de seus antepassados para o Brasil.

3. A narrativa sobre o retorno de escravos `as suas origens, a reintegração deles na sociedade e o translado da cultura luso-brasileira para Benin, com demonstrações na arquitetura, na língua, no modo de vestir e na Festa do Senhor do Bonfim.

4. As inúmeras homenagens que a população africana realiza para o Brasil, inclusive com o uso da Bandeira Nacional nos diversos eventos relacionados ao país, com demonstrações de admiração e respeito.

5. As imagens (fotografia), e as diferentes leituras possíveis do material apresentado.

6. Caso tenhas alguma dúvida quanto a qualidade do documentário, dê uma olhada neste link para ver a quantidade de prêmios que os caras ganharam!

Obs: Se tu quiseres assistir novamente, o vídeo está disponível no Youtube, dividido em partes.


sábado, 27 de junho de 2009

História sonegada




História sonegada
Luis Fernando Veríssimo



A abertura ou não dos arquivos sobre a repressão à insurgência armada durante a ditadura militar se resume numa questão: se alguém tem o direito de sonegar à Nação sua própria História. Os debates sobre a conveniência de se remexer esse passado viscoso e sobre as razões e as causas de cada lado são secundários. A discussão real é sobre quem são os donos da nossa História. É se, 25 anos depois do fim da ditadura, os militares têm sobre a nossa memória o mesmo poder arbitrários que tiveram durante 20 anos sobre a nossa vida cívica.

Não é só a nossa história em comum que está sendo sonegada. A história individual dos mortos pela repressão também. Aos parentes são negados não apenas seus restos como a formal cortesia de uma biografia completa. Uma reivindicação que nada tem a ver com revanchismo, que só pede uma deferência à simples necessidade das famílias reaverem seus corpos e saberem seu fim. Impedir que isso aconteça para não melindrar noções corporativas de honra ou imunidade é uma forma de prepotência que, 25 anos depois, não tem mais desculpa.

Revelações como as que o "Estadão" está publicando sobre a guerrilha no Araguaia servem como um começo para o resgate da nossa memória tutelada. Não precisa mexer na lei da anistia. É mais importante para a Nação saber a verdade do que punir os culpados. E já que se liberou a História e se busca a verdade com novo animo, por que não aproveitar e investigar alguns pontos cegos daqueles tempos, como a participação de setores do empresariado em coisas como o Comando de Caça aos Comunistas e a Operação Bandeirantes, agindo como corpos auxiliares da repressão urbana, não raro com entusiasmo maior do que o dos militares ou da polícia política - como costuma acontecer quando diletantes fazem o trabalho de profissionais. Algum correspondente civil ao major Curió deve ter em seus arquivos o relato da guerra naquela outra selva.

Mas sei não, há uma tradição brasileira de poupar o patriciado quando este se desencaminha. Quando descobriram que todos os negócios com o novo governo Collor teriam que passar pela empresa do P.C.Farias, não foram poucos e não foram pequenos os empresários nacionais que aderiram ao esquema sem fazer perguntas. Nas investigações sobre a corrupção que acabou derrubando Collor, seus nomes desapareceram. E, neste caso, não foram os militares que esconderam a verdade.

Artigo de Luis Fernando Veríssimo, publicado dia 25/06/2009 em vários jornais brasileiros.

Obs: As fotos escolhidas exemplificam a repressão das forças armadas contra os opositores do regime.