sábado, 29 de novembro de 2008

Passeio do Loureiro


Quinta-feira, 27 de novembro de 2008. O dia vai ficar na memória da comunidade do Colégio Estadual José Loureiro da Silva. Alunos, pais e funcionários estiveram no Itapema Park. Foi um passeio que durou o dia inteiro, e foi muito divertido!
Aí estão algumas fotos desse dia.


sábado, 8 de novembro de 2008

Bem Nessa!


É chegado o fim dos oito anos de governo do facínora Bush. E Obama chega representando a mudança, derrotando o mal, ora representado por McCain (cujo acessor participou da morte do presidente deposto pela ditadura do Brasil, João Goulart) Mas é preciso dizer que os democratas não são santos, e revezam o poder com os republicanos desde o início dos tempos por lá. Na prática, ambos partidos tem muito mais semelhanças do que diferenças, sendo ingênuo pensar que agora vai mudar muita coisa. Porém, do ponto de vista social, a chegada de um negro à presidência dos EUA representa algo muito especial, e deve ser festejado. É sabido que negros e latinos não costumavam votar nos EUA, e agora foram as urnas, fazendo a diferença. Espero que a eleição de Obama contribua para uma nova forma de aceitação do negro na sociedade, de como este é visto e de como se vê, passando a pensar e agir como agente de um processo de mudança.

O artigo abaixo é de autoria de Manoel Soares, e foi publicado no Diário Gaúcho de 07/11/2008, e contribui para um discussão ampla sobre a questão.
Obs: Manoel Soares é coordenador da CUFA no RS.

O chapéu é do Obama

Foi lindo ver pessoas de todas as classes, a maioria de pele escura, felizes porque a mão mais poderosa do planeta é negra. É um momento histórico e simbólico para a humanidade, pois, no mesmo país em que, há 50 anos, negros eram enforcados, o jogo virou de tal forma que há racista se perguntando ainda como foi possível.

Ver negros e brancos vibrando aqui com essa vitória é maravilhoso, mas contraditório. O Brasil não conta a história negra passada nem atual. A Lei 10.639 está, há cinco anos, tentando levar a saga dos negros trazidos da África para os bancos escolares e nada.

É importante termos símbolos como Barack Obama, porém, é importante entender também que foi graças às cotas raciais, aplicadas por um tempo nos EUA, que ele pôde começar seus estudos. Obama foi preparado para o poder, isto não faz dele menos espetacular, pois, em menos de sete anos de vida pública, chega ao cargo mais importante do mundo.

Ter Obama como inspiração e motivação é saudável, mas temos batalhas para vencermos aqui. Temos uma das piores realidades raciais do planeta, um racismo invisível, só perceptível a quem o sente na pele. Temos milhares de negros recebendo 50% a menos do que muitos colegas brancos na mesma função. Temos um estatuto da igualdade racial que não consegue ser aprovado. Temos uma lei de cotas que até hoje não foi compreendida por muitos de nós.

Fiquei feliz em ver a história de Obama contada por dezenas de jornais, mas gostaria de ver o mesmo empenho com as histórias de Zumbi, João Cândido, Porongos, Machado de Assis e milhares de negros anônimos que, com suas lutas, mudaram a história do Brasil. Se, um dia, quisermos ter a mesma alegria que vemos nos olhos de quem votou em Obama, temos de começar a valorizar nossos heróis vivos e mortos. Até lá, vamos ficar fazendo vento com o chapéu dos outros, neste caso, o de Obama.