segunda-feira, 20 de setembro de 2010

OBAN - Operação Bandeirante

A Operação Bandeirante (OBAN) foi um centro de informações, investigações e de torturas montado pelo Exército do Brasil em 1969, que a coordenava e integrava as ações dos órgãos de combate às organizações armadas de esquerda que tinham por objetivo confrontar a regime militar que vigorava desde 1964 no Brasil.

Empresários brasileiros e até multinacionais apoiaram a OBAN dando suporte material e até financeiro para a perseguição de pessoas consideradas "subversivas" (que eram contrárias à ditadura), porém pouco dessa história veio à tona, mesmo tantos anos depois do fim do regime militar.

A OBAN foi lançada oficialmente em junho de 1969. Teriam participado do ato de lançamento da OBAN, no dia 1º de julho de 1969, em São Paulo, o governador da época, Roberto Costa de Abreu Sodré, o secretário de Segurança Pública, Hely Lopes Meireles, o general José Canavarro Pereira, comandante do II Exército, e os comandantes do VI Distrito Naval e da 4ª Zona Aérea.

O ato que celebrou a criação da Oban foi organizado com pompa, coquetéis e salgadinhos e contou com a presença das principais autoridades políticas de São Paulo: o governador Roberto de Abreu Sodré, o prefeito Paulo Maluf, o comandante do II Exército (atual Regional Sudeste), general José Canavarro Pereira, entre outros. Também acorreram à cerimônia figuras proeminentes da elite paulista, oriundas dos meios empresarial e financeiro: Luiz Macedo Quentel, Antonio Delfim Netto, Gastão Vidigal, Paulo Sawaya e Henning Albert Boilesen. Parte do setor empresarial paulista e das multinacionais – com representação em São Paulo – acreditava que as ações guerrilheiras colocavam em risco a boa conduta dos negócios e concorreu para o apoio financeiro e material. As autoridades da cidade colaboraram com infra-estrutura, incluindo a cessão de partes das dependências da 36ª delegacia de polícia, situada na rua Tutóia (Vila Mariana), para a acomodação do novo órgão repressivo.

No entanto, o ex-governador Abreu Sodré negou qualquer envolvimento com a OBAN. O prefeito da capital paulista à época, Paulo Maluf, também refutou as versões de que teria dado apoio à iniciativa. Nada foi apurado oficialmente contra esse dois políticos.

O órgão contava com forças policiais e militares. Os militares comandavam as operações, enquanto as forças policiais imprimiam o estilo de investigação e interrogatório desenvolvidos em décadas de experiência nessa área. Os métodos de tortura empregados na inquirição de presos comuns foram incrementados com o emprego de aparelhos de choque elétrico – gentilmente cedidos pelos agentes de segurança estadunidenses –, a palmatória, o “pau-de-arara”, o “telefone” (tapas em ambos os ouvidos, simultaneamente), a famosa “cadeira do dragão” (à qual o interrogado era preso, enquanto recebia choques) e a privação de alimentos e de água.

As pessoas eram torturadas até confessarem o que sequer sabiam, e depois, sem ter mais qualquer valia ou serventia, eram levadas de avião, e jogadas em alto mar, com a barriga aberta a sangue frio, de modo a não boiarem e afundarem rapidamente, para jamais serem encontradas por seus amigos e parentes. (São os incontáveis "desaparecidos" da ditadura militar)

Este local é considerado a mais célebre casa de torturas e de assassinatos da ditadura e no paradigma dos órgãos de segurança da ditadura militar.

Era financiada por doadores privados como o Grupo Ultragás, Ford, GM e Grupo Camargo Corrêa, Grupo Objetivo entre outros e pelos bens tomados de suas vítimas. Entre os doadores, haviam os que apoiavam com entusiasmo a repressão e outros que contribuíam a contragosto, sob pressão.

Destaca-se a atuação da mídia, que na época esforçava-se para esconder os crimes cometidos pelo regime, e ainda justificava claros e evidentes assassinatos por tortura, como os de Vladimir Herzog, Rubens Paiva, Fiel Filho, Stuart Angel, e outros, como tendo sido suicídio, morte natural, desaparecimento e etc, sempre amparado por laudos médicos de legistas do terror, como Dr. Harry Shibata e outros menos badalados, que davam um cunho profissional de aparente seriedade a todos os "acidentes", "suicídios" e "desaparecimentos", jamais tratados como assassinatos por tortura e, cuja verdade como notícia a televisão e os jornais tratavam de fabricar.


Tanto a Oban, quanto o DOI-CODI, podem ser considerados como precursores de batalhões de elite das polícias civis e militares brasileiras – como as Rondas Extensivas Tobias Aguiar (ROTA), em São Paulo, ou o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), no Rio de Janeiro, para citar apenas os mais célebres – com amplo saldo de torturas e mortes. Dessa maneira, longe de permanecer um acontecimento longínquo do passado, a Oban segue servindo de inspiração para organizações congêneres no presente.

Obs:
As imagens foram copiadas do google imagens.
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