domingo, 7 de junho de 2009

Mulher portuguesa



Da Mulher Melancia à Marylin Monroe, o padrão de beleza feminino

Nas discussões em saula de aula, causou certo desconforto a alguns, motivo de riso a outros, a descrição da mulher portuguesa no Brasil Colonial. É certo porém, que a imagem real (e imaginária) do padrão de beleza feminino passa por mudanças ao longo do tempo. A razão dessa conversa iniciou ao se falar do texto O Impacto da Conquista onde procuramos, através dos dados que dispomos, imaginar como foram os primeiros contatos do homem europeu e os índigenas que viveram no Brasil.

Em relação a mulher indígena, que em se tratando de seu tipo físico que é muito semelhante ao da mulher brasileira atual, despertou (e até hoje desperta) interesses nos homens europeus. Ressalta-se que o padrão de beleza feminina do século XV era muito diferente da indígena brasileira, que além de possuir menos pêlos, era mais higiênica, pois banhava-se com muito mais frequência que as européias, até devido ao calor dos trópicos e a necessidade de refrescar-se.

Ao descrever a típica mulher portuguesa, sobretudo a pertecente a elite colonial, não se deve deixar de destacar que muitas delas cultivavam o sobrepeso, tinham quadris largos, queixo duplo, (as vezes triplo), pescoços braços e pernas muito largos e em grande parte exibiam buços tão espessos que mais se assemelhavam aos bigodes de alguns homens. Em relação a higiene, sabe-se que o frio europeu e a não existência de duchas (não tinham inventado) não inspirava banhos diários, mas sim semanais, ou a cada quinze dias, conforme as condições da pessoa. Ao marujo que desembarcava no Brasil, não tinha como deixar de comparar a mulher européia com as belas índias seminuas que habitavam o litoral brasileiro! Mas resta a pergunta: Por que as mulheres do século XV tinham que ser gordas?
Em primeiro lugar, a crença da fertilidade.

É uma crença pré-histórica. A Vênus de Willendorf foi esculpida entre 24.000 e 22.000 A.C., no período paleolítico. Observe o destaque dado às mamas, ao abdome e à vulva, como símbolos da fertilidade feminina.

A idéia de que as mulheres mais gordinhas eram mais férteis permaneceu muito tempo como válida. Pensava-se que a mulher mais gorda teria melhor condições de nutrir o feto, além disso não faltaria leite para o bebê.

A associação do corpo feminino à fertilidade se demonstra também na arte renascentista: É comum a predominância da mulher representada com quadris largos, uma referência a idéia predominante de que mulheres com essas características têm mais facilidade para parir.






Se pensarmos que sem os avanços da medicina obstétrica, como a cirurgia cesariana, por exemplo, muitos bebês e mães morriam no parto, a preferência por mulheres que poderiam dar a luz com mais facilidade faz sentido.




Retrato de Mulher Nua, de Rafael Sanzio (1518-1520). A modelo conhecida como La Fornarina, representa o padrão de beleza preferido pelo homem renascentista italiano.














Rembrandt – Bathsheba at her bath, 1654, óleo sobre tela.
O pintor holandês também faz a representação feminina com gordurinhas e quadris largos.













As três graças,

O que antes era beleza hoje é celulite e gorduras localizadas!


Por sua condição de deusas da beleza, eram associadas com Afrodite, deusa do amor. Também se identificavam com as primitivas musas, em virtude de sua predileção pelas danças corais e pela música. Nas primeiras representações plásticas, as Graças apareciam vestidas; mais tarde, contudo, foram representadas como jovens desnudas, de mãos dadas; duas das Graças olham numa direção e a terceira, na direção oposta.

Esse modelo, do qual se conserva um grupo escultórico da época helenística, foi o que se transferiu ao Renascimento e originou quadros célebres como "A primavera", de Botticelli, e "As três Graças", de Rubens.




Obs: Representante da elite agrária, a mulher portuguesa da primeira imagem optou por utlizar suas melhores jóias no momento do retrato.




Um comentário:

Ce disse...

Prezado Professor

Obrigada pelas informações...
Sou professora também e atualmente sou aluna do curso de Psicologia. Utilizarei o conteúdo do seu Blog em uma apresentação para faculdade.
Um abraço
Celina